David iniciava uma nova etapa da sua vida em Berlim. Soçobrado pela droga, a recuperação seria lenta e dolorosa. Encontrava-se num estado, à presença de pior expressão, low.
Todavia, a faixa é optimista. Ofuscantemente optimista. Talvez houvesse esperança ao fundo do abismo. Era, de facto, um novo capítulo num novo lugar, uma chance de recomeço para o quase-cadáver que Thin White Duke tinha deixado a Bowie como corpo (pouco) habitável.
Ao longe, escute-se os teclados de Eno que fariam de James Murphy um génio. A bateria molde de mil bandas. A História é feita de renovações, de recomeços, de reergueres.
No ponto final da sua música (“I Can’t Give Everything Away”, de Blackstar) o homem que caiu do espaço utiliza esta canção como esqueleto rítmico – um sample magistral. Um reerguer? Um recomeço? Ficaremos todos low e ele optimista, certamente com uma nova carreira numa nova cidade.