Se o primeiro disco, B.R.M.C., trouxe a banda para a ribalta como uma nova esperança do rock alternativo, Howl faz-nos crer que temos uma banda mais completa do aquilo que se pensava.
Há alturas na vida de uma banda que, por vezes, só apetece fazer algo diferente, sair do registo habitual, esquecer o que foi feito para trás e partir para um novo horizonte. Há quem mude drasticamente, para melhor ou pior, e há quem mude minimamente. Há quem procure sons mais futuristas e há quem volte atrás, às “roots”. Howl, disco editado em 2005 pelos BRMC, é um exemplo disso. Onde antes a distorção era a palavra de ordem e a cidade urbana como pano de fundo, aqui o que se sente são os campos de algodão, os vastos milheirais e o entardecer na pradaria.
“Time won’t save our souls” cantam os norte americanos em “Shuffle Your Feet” como antecipando um destino certo. O rock alternativo, muito influenciado por bandas como os Jesus & Mary Chain ou os Primal Scream, dá agora lugar ao folk/rock na senda de uns The Band ou Byrds, embora a voz lacónica e arrastada de Peter Hayes continue lá como nos discos anteriores. A diferença está, não só nos instrumentos aqui utilizados, tanto guitarras acústicas ou teclados, mas na maneira como a música é feita. Não é forçada, parece saída de um estúdio modesto no meio do sul dos Estados Unidos. “Devil’s Waiting” ou “Ain’t no Easy Way” não parecem em nada saídas deste século.
Se o primeiro disco, B.R.M.C., os trouxe para a ribalta como uma nova esperança do rock alternativo, Howl faz-nos crer que temos uma banda mais completa do aquilo que se pensava. Uma banda adulta por um caminho que não será fácil mas com quem podemos contar…
É, sem dúvida, um dos discos da década…
este album é bem melhor que muitos que tu chamas de “melhores da década”…