Shaking the Habitual é o título do último álbum dos The Knife, a banda sueca que nos traz mais um álbum de difícil catalogação, mas de indiscutível qualidade.
De facto, é difícil definir o som dos The Knife. Em primeiro lugar, fogem ao estereótipo de banda, porque são apenas duas pessoas – os irmãos Karin Dreijer Andersson e Olof Dreijer. Depois, porque cultivam uma aura misteriosa: pouco se ouve falar deles, as entrevistas são raras e até 2006 não davam concertos.
Finalmente, porque os seus trabalhos não se parecem com nada do que tenha sido feito.
Mas o que é bom não consegue ficar escondido durante muito tempo e o seu excelente álbum Silent Shout, precisamente de 2006, lançou-os para a ribalta.
Este Shaking the Habitual não entra no ouvido à primeira, mas raramente tal acontece com os The Knife… O vanguardismo eletrónico volta a estar presente e, sendo certo que soa à banda, este acaba por ser um disco diferente dos outros três que já tinham produzido, desde que se juntaram, já lá vão 14 anos. E, sem dúvida, menos imediato que o tal Silent Shout.
“Full of Fire” e “A Tooth for an Eye” são os singles de avanço, num projeto que conta com a colaboração de Shannon Funchess.
O disco caracteriza-se por uma duração pouco habitual para os dias de hoje (cerca de hora e meia e algumas canções com quase dez minutos) e a sensação que eu tenho quando o ouço é que preciso de total concentração para o fazer. Os The Knife nunca serão uma banda “fácil” e continuam a cumprir o papel de nos supreender pela originalidade.