Bem-vindos ao futuro.
Anxiety é na minha modesta opinião a grande surpresa de 2013. Nomeadamente se atendermos ao estatuto anónimo e misterioso de Arthur Ashin.
Em Anxiety, Arthur transporta-nos para um universo psicadélico suavemente cravado de melodias intensas, pensadas e repletas de mensagens ocultas.
A primeira vez que ouvi este disco, foi como assistir em silêncio a um espectáculo sobre morte, ansiedade, desilusões e desespero. Uma experiência para lá de ser qualificada de “diferente”. Em formato de viagem moderna e estranhamente calma, sem derrapar por um segundo que seja, Anxiety cresce a cada música e termina em grande com “World War”.
Arthur deixa-nos a reflectir na realidade em que vivemos, onde música como esta é esquecida, ignorada e deixada para pessoas que ainda se dão ao trabalho de ler revistas do género. Em jeito de despedida, numa mensagem simples de tristeza, diz-nos “And this is goodbye / Don’t wanna think darling, don’t disobey”. Assim sem mais nada.
Anxiety deixa-me com uma sensação de fantasia colada ao peito. E tenho de o dizer, começar um álbum com “Play By Play” e “Counting” dá quase vontade de parar de ouvir tudo o resto deste e de todos os outros álbuns.
“I’m counting on the idea that you’ll stay alive”.
Eu também sou um sonhador.