Passados 6 anos da edição de Shotter’s Nation os Babyshambles estão de regresso! E isso é tão bom! É o regresso de Pete Doherty. Será para ficar? Acho que é um pouco utópico responder a isso. Um tipo que é há anos toxicodependente, que teve episódios como estar a ser julgado em tribunal com droga a cair-lhe dos bolsos, é um tipo imprevisível. Mas para já vamos lhe dar o benefício da dúvida. Este novo álbum, Sequel To The Prequel, é um bom augúrio.
A começar pelo facto de muitas destas músicas serem escritas a meias com os outros membros, principalmente com Drew McConnell, um baixista irlandês que tem vários projectos (um deles chama-se Helsinki e tem como membro Albert Hammond Jr., esse mesmo, dos Strokes). Adiante. Falávamos que Doherty voltou a partilhar a autoria das canções com outros músicos, o que não acontecia desde os tempos dos Libertines, mais concretamente do álbum Up The Bracket. É um sinal claro de uma maior maturidade, talvez. Que é no fundo aquilo que podemos ir testemunhando ao ouvir Sequel To The Prequel. Nota-se uma maior tranquilidade na vida de Doherty. Sim, porque o ex de Kate Moss nunca teve qualquer problema em expôr a sua vida através da lírica. E se assim é, os ares de Paris, onde Doherty tem estado a viver, são bem mais saudáveis dos que os ares de Camden.
Voltando ao álbum, como um todo, ouve-se muito bem à primeira. Melhor ainda à segunda e terceira vez e por aí em diante. O começo com “Fireman” promete uma punkalhada à la Clash que no entanto não se concretiza no resto do álbum. O que não é por si só mau, pelo contrário. Seria se depois fosse algo chato, de aborrecido a achatado. Mas não, o disco desenvolve com uma tranquilidade muito bem vinda e com excelentes canções como “Farmer’s Daughter”, “Maybelline” ou “Dr. No”. Afinal de contas vem de Doherty, mau nunca seria.