Os Men Eater vieram abrir portas ao Equinócio! Apagaram as luzes e aqueceram-nos a alma!
O som dos Men Eater não é fácil (sim, é um elogio) e carrega negrume com ele. Vista a coisa assim, até faz algum sentido, que a noite não tenha sido propriamente cor de rosa!
Sim, houve problemas! Não tenhamos medo de os encarar!
Começo eu! Confesso que nos primeiros temas, o jogo de luzes deu-me cabo da cabeça! Gosto de pensar que vou aprendendo algumas coisas com a minha ainda parca experiência em reportagens fotográficas… mas, de vez em quando, há momentos em que sou desarmado por focos marados ou trevas invasivas. Quando é assim, e como diz o outro, mais vale aceitar e deixar o som entrar. À terceira – “heartbeating” – foi de vez. Guarda a máquina, Rui. Ouve e sente!
No entanto, ou o tal foco deu mesmo cabo da minha perceção, ou também estaria um clima estranho em cima do palco – a falta de Gaza, os vários problemas técnicos e uma sala que deveria estar melhor preenchida, poderão ter contribuído para esse clima. Admito que possa ser só eu a fazer filmes … mas também senti os quatro em cima do palco a assumir a tormenta, a domá-la e levá-la a bom porto.
Clima estranho ou não, a música gritou mais alto … a densidade tecida pelas três guitarras, a bateria cavalgante, as arrepiantes harmonias vocais e o lúgubre poético breu dos Men Eater abafou tudo o resto!
Num alinhamento fortemente dominado pelos temas do álbum homónimo, lançado já no final do ano passado, ficou também claro que a banda se move facilmente pelos mais variados tons de escuro … ora mais próximos do Doom, ora mais sludgy, ora mais proggy! Felizmente, “Lisboa” não poderia faltar e terá sido um dos momentos mais quentes da noite! A sonoridade da banda resulta particularmente bem com o cruzamento poético com a língua portuguesa, aliás, como “Uma multidão de pecados” já tinha demonstrado!
Foi duro, mas valeu bem a pena!

















