Desafiámos os nossos escribas a fazer a difícil escolha de selecionar um álbum, uma banda/artista, uma música, um concerto e um artigo escrito no altamont que os tenha marcado, nestes últimos 20 anos. Poderão vê-las no decorrer das próximas semanas, aqui e na nossa página de instagram.
Altamont é Amor – a frase que agrega tudo. Começou em 2005 e fomos reunindo, aos poucos, estas pessoas incríveis que hoje giram à volta deste sol site. Para mim tem sido, desde 2009, um prazer imenso assistir ao crescimento deste bonito projecto, que evoluiu de um mero blog para um site com podcast, organização de bailes e concertos, produtor de merchandising e anuários, incubadora de DJ’s.
Mas avancemos para o perfil, hoje saiu assim, amanhã poderia ser assado – assim é este processo de escolha, num universo quase infinito de possibilidades. Fica para futura referência o Alex do dia 27 de Maio de 2025.
Uma canção: “Weird Fishes / Arpeggi” – Radiohead
Com um arranjo musical incrivelmente complexo, guitarra em camadas e vários padrões sobrepostos, “Weird Fishes / Arpeggi” é simplesmente genial. Só os Radiohead para criarem esta paisagem sonora oceânica e envolvente, com o acrescento do simbolismo das letras de Thom Yorke, sobre estar preso no fundo do mar.
Um álbum: Bill Callahan – Sometimes I Wish We Were an Eagle (2009)
Portento absoluto, o píncaro de Callahan no meio de vários álbuns extraordinários. A qualidade do poeta que se apresenta perante nós, a falar-nos ao ouvido de amizade, de paixões, de fé em Deus, da vida na forma de um ancião, que já viu, já experimentou e partilha agora as suas vivências com os restantes comuns mortais. Beleza pura.
Uma banda / artista: Yo La Tengo
Bem sei que, à primeira vista, pode parecer uma escolha desenquadrada do espaço temporal no qual o Altamont existe, mas eu só os descobri em 2006, e, desde então, é a minha banda. Cada novo disco que lançam é mais uma desculpa para voltar a esse lugar acolhedor que é a sua discografia. E se, ao lerem os meus textos sobre os Yo La Tengo, pensarem que sou um exagerado do cacete, vos direi que entrar neste universo é deslumbramento constante, perante a versatilidade única deste trio.
Um artigo: Pavement – Slanted and Enchanted (1992)
Foi a escolha mais difícil de todas, entre 765 artigos que já escrevi no Altamont. No meio de tanta fruta boa, acabei por eleger os Pavement para compor este perfil, e este texto sobre um dos meus discos preferidos de sempre, inserido num belíssimo especial sobre a banda americana.
Chafurdando na guitarra lo-fi propositadamente desafinada, distorção a rodos, umas vezes cantando melodicamente, outras descontroladamente aos gritos, o caos é reinante. Mas o caos também pode ter o seu lado belo, e Slanted é uma boa prova disso mesmo.
Um concerto: The National || Aula Magna (2008)
Uma das bandas que marca, inevitavelmente, estes 20 anos, período no qual terão dado outros tantos concertos em Portugal. Devo tê-los visto ao vivo em 5/6 ocasiões, mas este, da Aula Magna, marcou por ter apanhado a banda no momento certo, numa sala pequena, e pelo inesquecível passeio de Matt por cima das doutorais.