Ao terceiro disco, os Zanibar Aliens confirmam tudo aquilo que esperávamos deles. Temos aqui uma grande máquina de rock n roll, transbordante de entusiasmo e energia, directamente do grande rio fundador dos anos 60 e 70.
O disco anterior, Bela Vista, até é bem recente, mas os putos têm pressa. Os Zanibar Aliens dão-nos agora o terceiro tomo da sua curta mas intensa carreira, regressando com um Space Pigeon que nos parece ser o seu trabalho mais sólido.
O ADN está lá como já estava, naturalmente: rock clássico com uma generosa dose de psicadelismo. Estes muito jovens garotos da linha de Cascais caíram no caldeirão dos anos 60 e 70, alimentados a uma dieta de Doors (ouça-se a abertura da magnífica “Space Pigeon”, direitinha de “LA Woman”), Hendrix, Sabath ou, e sobretudo, Led Zeppelin (aqueles vocais de “Turning Over”, meu deus!).
Estes extraterrestres derrubam-nos e conquistam-nos pela energia transbordante, pela altíssima capacidade de execução instrumental, pelo desejo de serem consumidos, e de nos consumir, no fogo sagrado do altar do rock n roll.
Depois de uma intensa temporada na nobre instituição que é a SMUP, na Parede, o disco foi gravado rapidamente – como os grandes faziam, sem problema nenhum – no Reino Unido (veja-se o pequeno documentário mais abaixo). E dão-nos uma banda mais rodada e mais alicerçada na convicção do seu caminho.
São apenas oito músicas, menos de meia hora de grandes malhas, sempre a um nível médio/alto. Um pombo espacial que nos dá vontade de ir para trás do volante e voar pela estrada fora, de janela aberta e cabelos longos ao vento.
Os Zanibar Aliens – que têm no palco o seu habitat mais natural – já eram uma das grandes promessas do nosso panorama musical. Já não são. A certeza chegou.