Chega mais um Agosto, e, com ele, mais uma edição do Festival Paredes de Coura, que, este ano, completa a sua vigésima quinta primavera. Para celebrar esta data especial junto das margens do rio Taboão, a edição que se aproxima promete quatro dias e noites de festa com mais de trinta bandas e projetos a atuar nos palcos do festival.
As festividades iniciam-se no dia 16, com um palco principal repleto de concertos a partir das 19h30. É a esta hora que a Escola de Rock abre o festival no seu palco principal, o palco Vodafone, prometendo um reportório que incluirá temas originais de nomes como Pixies, Sonic Youth, Arcade Fire ou Motorhead. Cerca de uma hora depois (20h40), é a vez dos britânicos Wedding Present subirem ao palco, celebrando eles também uma data especial: o trigésimo aniversário do seu álbum de estreia, George Best (1987), com o qual irão presentear as audiências do rio Taboão. Mais tarde, pelas 21h55, é a vez de Mão Morta: a lendária banda de Adolfo Luxúria Canibal focar-se-á noutro aniversário: o do seu disco Mutantes S.21, que completa vinte e cinco anos de idade, tal como o festival no qual o voltarão a tocar. Às 23h20, será possível sentir as paisagens eletrónicas de Beak>, projeto do ex-integrante dos Portishead, Geoff Barrow. De seguida, já no início do dia de 17 (00h30), será a vez de um dos nomes mais esperados do cartaz, Future Islands, ocupar o palco principal, com o seu pop sintetizado que certamente deixará poucos quietos. E descansar será difícil, sendo que depois (à 1h55) se seguirá a atuação certamente tempestuosa da poeta Kate Tempest, que promete hipnotizar o público com o seu spoken-word voraz.
Um novo dia começa (17) com Sunflower Beam (18h00) no palco secundário Vodafone FM, enquanto pouco mais tarde (18h30) os portugueses You Can’t Win Charlie Brown começam a aquecer o palco principal. Às 19h00, os americanos Nothing prometem um concerto repleto de energia no palco secundário, enquanto Will Toledo conduzirá o seu sabor inconfundível de indie rock confessional com os seus Car Seat Headrest num palco maior, às 19h40. Às 20h30, o freak folk dos canadianos Timber Timber certamente atrairá muitos de volta para o palco secundário, mas é um pouco mais tarde, às 21h20, que podemos esperar uma das maiores enchentes do festival, numa luta para um lugar privilegiado para assistir a Archy Marshall, talvez mais conhecido como King Krule, de guitarra em riste, a apresentar os temas que lhe tornaram uma sensação no mundo do indie, do alto dos seus apenas vinte e dois anos. Às 22h20, é a vez do hip-hop sóbrio de Ho99o9 ocupar o palco secundário, enquanto, pouco depois, às 23h15, At The Drive In, uma das bandas mais esperadas de toda a edição, ocupa o palco principal. O palco secundário respira um pouco, e, às 00h45, At The Drive In saem da área e em campo entra Nick Murphy, em tempos mais conhecido e adorado pelas gerações mais jovens como Chet Faker. Com o palco principal encerrado para o dia, chega a hora de viajar até ao palco secundário e até à Coreia do Sul com Jambinai (2h00), que serão substituídos pelos ritmos contagiantes de Marvin & Guy (3h00).
O terceiro dia cumprimentará os festivaleiros com os portugueses Cave Story no palco secundário (18h00) e, pouco depois, com o também português Bruno Pernadas no palco principal (18h30). Portugal dá lugar a Canadá com Andy Shauf, multi-instrumentalista que sobe ao palco secundário pelas 19h00, e pouco depois será a vez do público Courense provar a fusão de hip-hop e R&B de Young Fathers no palco principal (19h40). Será possível ainda espreitar (ou encantar-se e ficar) o concerto dos Moon Duo no palco secundário (20h30) antes de um dos maiores nomes do cartaz se apresentar no palco Vodafone: são eles os canadianos BadBadNotGood, que prometem não desiludir aqueles que correram para o rio Taboão na esperança de ouvir alguns dos seus temas preferidos do seu álbum do ano passado, IV. Logo de seguida, no palco Vodafone FM, o foco retorna ao produto nacional, com a pop eletrónica de Octa Push (22h20). Às 23h15, o rock chega ao palco principal a cargo dos canadianos Japandroids, mas será possível acalmar os ânimos com um dos maiores nomes da noite – a dupla americana Beach House, que terá muito material a apresentar dado o lançamento de B-Sides and Rarities ainda este ano. Depois da doçura de Beach House, estará na hora de levantar os pés da relva e dançar em direção ao palco principal para ouvir as melodias pujantes do alemão Roosevelt (2h00). A festa continua logo de seguida com as guitarras e os sintetizadores de Red Axes (2h45).
São os portugueses Toulouse que dão início ao último dia do festival no palco secundário às 18h, seguidos de outro português, o gigante Manel Cruz, que ocupará a solo e bem o palco principal às 18h30. Seguem-se o eletrónico bem-disposto de João Vieira (o White Haus) no palco secundário (19h00) e, um pouco mais tarde, mais precisamente às 19h40, os americanos Foxygen prometem incendiar o palco Vodafone, depois de um concerto no NOS Primavera Sound de 2015 que deixou o público português com saudades para matar. Depois de tanto suar, é jantar num instante para ainda apanhar o também americano Alex Cameron, que já colaborou com nomes como Angel Olsen, no palco secundário (20h30). Às 21h20, o poeta e cantor britânico Benjamin Clementine ocupa o palco principal no que será certamente um dos momentos mais emocionantes de todo o festival, mas para secar as lágrimas rápido é só dirigir-se ao concerto de Lightning Bolt no palco secundário (22h20), que promete ser agitado e cheio de energia. O rock ‘n’ roll continua sem dar tréguas às 23h15, hora escolhida para o já veterano em festivais portugueses Ty Segall ocupar o palco principal. Seguem-se os muito esperados Foals, naturais de Oxford, que fecham assim o principal palco do festival com um concerto que promete uma dose saudável de moches, crowdsurf e outras tantas diversões ao som do seu indie rock cheio de pujança. Mas a festa ainda não acabou: ainda é possível dançar ao som dos portugueses Throes + The Shine (2h00) ou do DJ set de Nuno Lopes, que regressa mais uma vez a Coura, isto tudo no palco secundário.
Com um cartaz destes, não restam dúvidas que Paredes de Coura só teria como esgotar. À música junta-se o rio, o bom tempo que este ano promete, e uma celebração conjunta de vinte e cinco anos de amor à música alternativa. Para quem ficou em casa, não há razões para desesperar: para o ano, agora mais certamente que nunca, haverá mais.