Já passou uma semana desde a morte de David Bowie e foi bonita a forma como o mundo prestou homenagem.
Dezenas de artistas tocaram versões, astrónomos deram o seu nome a uma constelação e está a circular uma petição para botar a cara de Bowie nas notas de 20 libras. Mas a maior homenagem foi feita por nós, cidadãos anónimos, que em todo o mundo sorvemos a música dele. Pela primeira vez, um disco de Bowie chegou ao nº1 do top norte americano – Blackstar foi o mais vendido, na última semana (o melhor desempenho até agora havia sido em 2013, quando The Next Day atingiu o 2º lugar das vendas nos Estados Unidos). Sem grande surpresa, o último disco também ocupa o primeiro lugar no Reino Unido – e 18 outros discos de David Bowie reentraram para o top oficial de vendas britânico. A juntar a isto, também bateu recordes online, com o maior número de visualizações de telediscos num só dia.
Além dos fãs anónimos, também outros admiradores musicalmente mais versados evocaram o legado de David Bowie em palco. Nas próximas linhas, fazemos um apanhado de alguns tributos prestados ao Thin White Duke.
Não falaremos nas mensagens publicadas, no dia em que a notícia chegou, por inúmeros músicos (podem consultar algumas aqui ou ali), focamos a nossa atenção na forma como a música de Bowie foi celebrada.
Os EL VY foram dos primeiros, no programa de Stephen Colbert na CBS tocaram “Let’s Dance“.
Britt Daniel, dos Spoon e Divine Fits, pegou na guitarra e ligou o gravador, fez uma versão de “Never Let Me Down”.
Bruce Springsteen, que já tinha ouvido Bowie fazer versão de um tema seu, arrancou este fim de semana a nova digressão, em que vai estar a tocar na íntegra o disco The River. No final do primeiro concerto, o Boss pegou em “Rebel Rebel”.
No México, num festival criado por Peter Buck dos R.E.M. (Todos os Santos Music Festival), subiram ao palco Jeff Tweedy e outros membros dos Wilco, e também Mile Mills dos R.E.M. ou Corin Tucker das Sleater-Kinney.
Outros tributos chegaram, por exemplo, de Jarvis Cocker. O sr. Pulp tem um programa de rádio na BBC e fez uma emissão especial de homenagem a David Bowie.
Madonna, Elton John ou Glen Hansard também juntaram a sua voz.
No sábado passado, os Arcade Fire convocaram a Preservational Hall Jazz Band, fecharam as ruas centrais de New Orleans e organizaram uma procissão!
Foi mais ou menos assim a primeira semana num mundo pós-Bowie. Para os próximos tempos já estão alinhados outros tributos. Pouco antes de se saber da morte, o Carnegie Hall em Nova Iorque tinha anunciado uma noite de homenagem, com artistas como os Roots, Perry Farell ou Cindy Lauper. Este espectáculo, marcado para 31 de Março, ganhou depois forma de tributo póstumo.
Além das reinvenções, por outros, da música de Bowie, os colaboradores próximos dizem que ele tinha manifestado nas últimas semanas vontade de trabalhar noutro álbum – e há ainda músicas que não chegaram ao alinhamento final de Blackstar, mas que podem vir a ser editadas.
David Bowie morreu, mas não deixará de existir.