Com mais de 20 anos de carreira, o aclamado grupo de Nottingham lançou Across Six Leap Years, no ano em que se celebrou o vigésimo aniversário do lançamento do seu primeiro disco.
A banda que nos habituou a melodias mais indie rock, traz-nos agora um dos seus álbuns mais sofisticados em cada nota de piano, baixo e saxofone, mostrando o quanto cresceram e amadureceram até os dias de hoje.
Este álbum traz-nos dez versões novas de músicas que a banda sentiu que se tinham perdido pelo caminho, ou que gostavam de ter gravado de outra maneira.
Começo o meu ritual. Deito-me na cama, ponho os fones e carrego no play. Preparo-me para ouvir, pela primeira vez o álbum novo daquela banda que me tinha conquistado com “Before You Close Your Eyes”. Foi estranho e diferente, mas não pela negativa, simplesmente algo oposto ao que estava habituada até então. Algo calmo e envolvente, o tipo de música perfeito para um fim de tarde sossegado em casa. Ouço o álbum pela segunda vez e , só então, me apercebo que eram músicas já gravadas. O trabalho de seleção das músicas, e da sua posterior gravação, não poderia ter sido melhor. Tindersticks conseguiram pegar em 10 músicas já editadas anteriormente, e coloca-las todo num álbum sem que parecesse com um Best Of, mas sim como algo totalmente novo.
Pessoalmente fiquei um pouco desiludida, pois o álbum teria potencial para muito mais, a meu ver. Músicas como “Say Goodbye to the City” e “Sleepy Song” mereciam, sem dúvida, um melhor aproveitamento sonoro, e ficamos sempre à espera de mais e mais, e as músicas parecem que andam um pouco numa linha recta. É um álbum que nos deixa à espera, uma vez que os Tindersticks são uma banda tão livre em estilo e capaz do exagero burlesco, não deixa de ser decepcionante a falta de clímax no álbum.