Incríveis. Os TOY são um galeão que irrompe à velocidade da luz pelos nossos ouvidos e nos faz explodir de dentro pra fora. Da cabeça aos pés, do cérebro às falanges. E ouvi-los ao vivo é uma experiência totalmente diferente do que se ouve em disco. Em palco, Tom, Dominic, Maxim, Charlie e Alejandra pegam no planeta Terra e fazem-no girar com uma rapidez supersónica, cheia de pressa e urgência.
Num constante cruzar de músicas do primeiro e segundo discos, os ingleses (e espanhola) esticaram as canções mais conhecidas e fizeram uma sinfonia de rock psicadélico com toques de shoegaze e krautrock que não deixou ninguém quieto. À frente, a juventude mostrava-se enérgica e pulsante, enquanto as gerações mais velhas abanavam tranquilamente a cabeça, possivelmente com saudades de tempos mais áureos.
A energia imparável e inesgotável fazia-se sentir nas paredes do Armazém F e no sangue e suor que corriam debaixo e em cima da pele do público. Sobrehumanos, os TOY paravam meros segundos entre as frenéticas e longas “Conductor”, “Kopter” e “Fall Out Of Love”, que se transformavam nos pilares que seguravam o som épico que se ouvia. A rendição do público chegou em “My Heart Skips A Beat”, balada em que a voz de Tom Dougall se fazia mel para os pavilhões auriculares de quem ouvia e se fazia ouvir, cantando também.
O espectáculo terminou com a faixa que dá nome ao mais recente disco, “Join The Dots”. Um público efusivo que cantava a plenos pulmões “Set the time back, join the dots“, a seguir gritava infrutuosamente pelo regresso da banda que durante uma hora e meia se escondeu atrás das luzes quer frias quer quentes, sempre rodopiando numa viagem que parecia não ter fim.
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(Fotos: Rafaela Viana)