
Testemunhámos no palco do EDP CoolJazz, a estreia da grande revelação britânica de Jazz e R&B, Laura Mvula. Esta jovem promessa trouxe-nos o seu disco de estreia Sing to the Moon, lançado no início de 2013 e fortemente aclamado pela crítica inglesa.
A nós também não nos passou despercebido e foi tocado em repeat durante grande parte de 2013. Na verdade acompanha-me até hoje e felizmente pude assistir ao vivo à implacável voz de Mvula.
Debaixo de uma lua cheia mística e numa noite fresca de Verão, Laura Mvula pisou o palco com a sua orquestra de músicos. Músicos poderosos, esses que acompanharam em palco o assombroso instrumento vocal de Mvula e que a ajudaram a embalar a lua com este fabuloso Sing To the Moon. Destaque para a singela harpa que se impôs em cada canção com o seu toque angelical.
Esta promissora cantora, embalou-nos também a nós com o tema de abertura do álbum, “Like The Morning Dew”. Cumprimentando-nos logo após esta primeira música, confessou que é um prazer estar finalmente connosco depois de ter aguardado pelo final do Mundial para iniciar o espectáculo.
Seguiu-se um tema sobre liberdade, “Let Me Fall”, que não está no seu último trabalho e em seguida: “Bang”! Laura faz pontaria ao coração de quem a ouve e dispara sem rodeios com “She”, uma das mais belas canções deste álbum, com vozes de coro arrepiantes e com uma letra e uma melodia igualmente belas.
Outros temas se fizeram ouvir, como “Sing To The Moon”, que dá nome ao álbum, e que nos envolveu a nós num momento intimista e à lua em imensas nuvens que inclusive a fizeram desaparecer por alguns minutos. Com “Is There Anybody Out There”, o público respondia a Laura, fazendo ouvir-se em cada refrão.
Sozinha em palco, recebemos da cantora inglesa mais um momento mágico, num solo de Laura nas teclas em “Diamonds”. Ideal para partilhar em boa companhia, embora todo o álbum assim o seja.
Quando a lua começou a aparecer timidamente por detrás das nuvens, ouvimos “Father, Father”, outra das faixas mais comoventes do álbum, dedicada à família da cantora e com uma mensagem de pura ternura. É música para pensar nos nossos queridos pais e no meu caso, menina do papá, ficar mesmo angustiada com este “(…)Father please don’t let me go (…)”.
O momento mais aguardado chegou-nos finalmente com “Green Garden”. Este tema colocou inevitavelmente todo o público a dançar, com músicos a bater as tão viciantes palmas desta canção. Creio que é nesta faixa que se percebe o grande poder orquestral deste álbum e os grandes músicos que acompanham Mvula, num momento de improviso fantástico. É também aqui que se percebe como é que este álbum funde tão perfeitamente a Pop, com o R&B e o Jazz.
O espectáculo termina com a ritmada “That’s Alright” e “Make Me Lovely”. Nesta última, a jovem cantora apresenta-nos a banda e oferece-nos um solo dos seus músicos, deixando-nos um gostinho “a pouco”.
Pois é, queremos mais. Queremos agora um concerto com mais tempo de antena de Laura Mvula numa das nossas salas. Esperamos por ti e pelo teu próximo álbum, Laura.
(Fotos gentilmente cedidas por Fernando Mendes)