Uma corrente centrífuga de ar e magma que nos passeava lentamente pela cave do Lux. Absortos na escuridão absoluta, um punhal ensurdecedor de vibrações e strobes desintegrantes. Uma figura em palco que roçava a inexistência, a semelhança a uma sombra, a um fantasma. O sangue derramado na luz vermelha que acompanhava os acordes triunfantes, os teclados de outra década, a mistura de caos e placidez, de luz e escuridão, de matéria e ar, de som e visão. Uma visão inigualável de futuro, de cruzamento de géneros musicais, de arte, da dicotomia entre o bem sentir e o desconforto. Dean Blunt bem podia passar os dias em performance no MoMA.
Fotos: Sofia Mascate