Car Seat Headrest
A banda de Will Toledo também vai estar na edição do Porto do Primavera Sound, naquela que será uma óptima oportunidade para ver um concerto de algum do melhor indie rock que se fez nos últimos anos. Este concerto em Barcelona foi certamente o caso. Não podemos deixar de mencionar uma versão arrojada e bem-sucedida de Paranoid Android, de Radiohead.
Empress Of
Lorely Rodriguez é um talento evidente. Contudo, a transição do estúdio para o palco ainda não está completamente afinada. Já tem um número considerável de canções muito boas. Mas consideramos que terá a beneficiar, no futuro, caso possa fazer arranjos para mais de dois músicos.
Air
Não tendo visto muito do concerto, foi-nos apenas possível confirmar aquilo que os Air são sempre. O público que foi para ver Air, não terá saído desapontado, graças à quantidade de clássicos tocado pelo grupo francês, daqueles a meio-tempo, que os tornaram tão conhecidos.
Vince Staples
Com uma carreira ainda curta, Vince Staples é um dos rappers mais frescos da Def Jam na actualidade. Este concerto, naturalmente focado nas canções do excelente “Summertime ’06”, do ano passado, confirmou que Staples está preparado para tocar ao vivo – uma capacidade que não está ao alcance de todos os artistas de hip-hop. Um concerto que cimentou a tradição da presença de hip-hop de qualidade no cartaz do Primavera Sound.
Har Mar Superstar
Para quem já viu Har Mar Superstar ao vivo, o que vamos dizer não será surpreendente. Sean Tillmann é, não só, um excelente cantor, mas também um performer excepcional. Salvo algumas excepções, entre as quais “DUI” e “Almond Joy” , o alinhamento centrou-se numa estética mais devedora à antiga Motown, predominante nos dois últimos discos de Har Mar – incluindo “Best Summer Ever”, deste ano. O novo single “It Was Only Dancing (Sex)” e “Lady, You Shot Me” (aqui de “Bye Bye 17”, de 2013) foram pontos altos de um concerto que, como não podia deixar de ser, acabou com Tillmann em tronco nu. Har Mar Superstar provou, mais uma vez, que é o maior.
Tame Impala
Os australianos liderados por Kevin Parker parecem ter dado um descanso ao rock mais granítico e optado pelos caminhos melosos de “Currents”, um dos mais relevantes discos do ano passado. Mas, para quem procura riffs gigantes, vai ter de procurar noutro sítio – a começar por Pond, banda composta principalmente por membros, actuais ou anteriores, de Tame Impala. Um concerto com energia menos elevada, mas há que ter confiança e apreciar os lugares bonitos para onde Parker nos está a querer levar.
LCD Soundsystem
O regresso do rei James Murphy a uma terra onde já foi feliz. Barcelona é – tal como Lisboa, aliás -, um destino frequente para gentes da DFA Records (editora da banda). Há 13 anos que LCD Soundsystem não tocava no Primavera Sound e nunca terá sido para um público com o tamanho do de ontem. Foi certamente um dos concertos com mais espectadores no Primavera Sound dos últimos 7 ou 8 anos.
Tirando o volume global do concerto ter parecido baixo nas primeiras canções, não há praticamente nada a apontar a Murphy e companhia. A voz de James Murphy, aliás, nunca pareceu tão saudável ou corpulenta. O concerto parece ter apenas sofrido pelo alinhamento, que foi menos absolutamente perfeito no final, e pela exigência de tocar em palcos com dimensões ainda mais gigantescas que dantes, o que parece ter atrasado ligeiramente a velocidade do concerto.
“Losing My Edge”, “Us v Them” (logo a abrir) e “Get Innocuous” são inevitavelmente brilhantes. Houve também versões fortes de “Yeah” e de canções mais lentas como “New York, I Love You But You’re Bringing Me Down” e “Someone Great”. O alinhamento incluiu ainda “I Can Change”, “Home”, “Time to Get Away” e “Tribulations”. LCD Soundsystem, seja ao vivo ou nos discos, nunca é menos que incrível e esteve próximo de um concerto perfeito.
Fotos cedidas por Eric Pamies, Cecilia Diaz Betz, Santiago Periel e Dani Canto