White Fence é Tim Presley mais um empenhado e super competente grupo de músicos rock. Estiveram em Lisboa e tocaram perante uma lotada Galeria Zé dos Bois. Foram perfeitos no recolher de várias linguagens da música de guitarras, adaptando-as a uma identidade musical muito própria.
Naquele que foi o primeiro concerto em nome próprio em Portugal, Tim Presley e os seus White Fence superaram expetativas: houve rock exploratório, algum espaço para temas mais diretos, tudo impecavelmente tocado e coeso. Há proximidades mais evidentes (de Syd Barrett a Ty Segall e toda uma mais recente falange de grupos norte-americanos), mas há muito mais nas canções de White Fence para explorar.
Com efeito, há um culto em torno de Presley e a noite de domingo na capital portuguesa deu indicações de um futuro maior para os White Fence – o que seria estranho se não soubéssemos de antemão a sapiência da programação da Zé dos Bois e o quão frequente é ser este o espaço que acolhe estreias lusas de nomes cujo culto ainda está em fase embrionária.
A primeira parte do concerto ficou a cargo de Alek Rein, alter-ego de Alexandre Rendeiro, homem de várias artes, aqui músico em formato power-trio: há boas canções e um álbum prestes a sair. Ainda vamos ouvir falar muito neste nome e ainda este ano.
Fotografias gentilmente cedidas por Vera Marmelo e Luis Martins