Em início de janeiro de 2025, com o lançamento do EP The Machine Starts to Sing, Dana Margolin, fundadora e vocalista da banda, anunciou que após esta tour, a banda iria terminar.
Saber que este concerto foi talvez a última oportunidade de ver Porridge Radio ao vivo deixou-nos tristes. Conhecemos esta banda com o lançamento do seu “intenso e visceral” segundo LP (Every Bad – 2020) em plena pandemia e em que, mais do que nunca, estávamos sedentos de ouvir e conhecer novos sons, com ganas de imaginar um outro mundo que não aquele que estávamos a viver coletivamente.
Ironicamente (ou não), uma das suas músicas mais conhecidas (e amadas) é “7 Seconds” que surge como single em finais de 2020 e escapa à sonoridade mais habitual do sadcore, sendo mais feliz e upbeat (mesmo que a letra seja o oposto).
Em 2024, a banda de Brighton lançou o álbum Clouds In The Sky They Will Aways Be There For Me e motivo da mais recente (e última!!!) tour pelo mundo e vinda a Portugal.
A primeira parte do concerto no LAV foi do Alasquiano (sim, do Alaska) Gus Englehorn, acompanhado por Estée Preda na bateria, proporcionando meia hora de músicas indie rock experimental, interessantes e com uma receção algo entusiasmada do público, que por aquela altura já enchia metade da sala.
Com a subida em palco dos Porridge Radio, Dana Margolin, com o seu vozeirão tímido, mas grave, cheia de presença e sem medos, enchendo a pequena sala do LAV, mostrou-nos rapidamente porque é que ficamos desolados com este fim anunciado.
Com guitarradas que puxam o punk, entre malhas que soam ao famoso “sadcore”, Georgie Stott nas teclas, Sam Yardley na bateria e Dan Hutchins no baixo e Dana Margolin na guitarra e voz principal, deram uma hora e meia de concerto (com encore) de indie rock puxado, com bangers orelhudos como “Anybody”, “7 Seconds”, “Don’t Want to Dance” e “Back to the Radio”.
O público estava qb entusiasmado, muitos abanares de cabeça, alguns pezinhos a bailar (e um Shazam maroto lá pelo meio) e sentimos que havia um amor mútuo, ainda que tímido.
O concerto teve sobretudo músicas do mais recente álbum, mas também músicas de Waterslide, Diving Board, Ladder to the Sky, terminando com o apropriado tema “The Rip”.
Talvez não tenha sido a despedida mais brilhante da banda, sentimos falta de algum à vontade, queríamos mais comunhão (mais velório, menos funeral, estão a perceber?) mas foi uma celebração equilibrada, em partes igualmente bonitas e tristes.
Fotografias de Inês Silva









