O recentemente lançado Sunbathing Animals é a confirmação de que os americanos Parquet Courts são, definitivamente, uma banda a ter em conta. Se Light Up Gold, lançado no ano passado, era já recomendável, este disco confirma as melhores expectativas – quer quanto ao futuro da banda, quer quanto ao esperado concerto que darão dia 11 de Julho no passeio marítimo de Algés (por outras palavras, no festival Optimus Alive).
A banda americana explora o segmento do “garage rock” cada vez melhor, com momentos instrumentais mais trabalhados e criativos e uma maior conexão do vocalista (e guitarrista) Andrew Savage a cantar, e a distorção fervilhante a surgir por entre os momentos de descanso e ilusoriamente sonhadores.
A borbulhante “Black and White”, a delirante “Bodies Made Of” e a explosiva canção-título (“Sunbathing Animal”) são alguns dos grandes momentos deste disco puramente rock, mas suficiente impuro e heterogéneo para reunir os riffs dos Pavement, as experimentações ruidosas ouvidas nos discos dos Velvet Underground (em canções como a longa “She’s rolling”, ou os momentos finais da “What Colour is Blood”), a agressividade punk de uns Sex Pistols (como na já referida, “Sunbathing Animals”) e o olhar interessado mas pouco ingénuo para os sonhos psicadélicos de uns Tame Impala (por exemplo).
É, acima de tudo, um disco de maior maturação: os Parquet Courts continuam jovens, desafiadores e agressivos, mas sabem equilibrar isso, aqui e ali, com uma composição de canções mais trabalhadas, mais próximas da “perfeição” e nem por isso menos ambiciosas. Ora semi-obsessivo e acirradamente opressivo, ora furioso e bomba atómica com vontade de explodir, Sunbathing Animals tem uma tensão excepcionalmente bem gerida. É uma espécie de adolescência e juventude inteira reunida num disco. Não enche pavilhões mas é perigoso e despretensioso o suficiente para nos inebriar.