Já lá vai o tempo em que eu tinha de explicar (entusiasticamente!) a toda a gente quem eram os Mumford & Sons. Depois de receberem o Grammy “Album of the Year” com Bable (2012) e de ter a oportunidade de ver e ouvir, com os meus próprios olhos e ouvidos, um Coliseu esgotado a cantar durante uma hora e meia de concerto, canção após canção… não havia dúvidas! Os Mumford & Sons estavam a conquistar o mundo por si sós e já não precisavam da minha pessoa para ajudar nessa evangelização.
Oriundos do que se convencionou chamar de West London Folk Scene, Marcus Mumford e companhia tornaram-se numa das minhas bandas “mais-que-tudo”. Uma fórmula simples, mas com composições complexas. Canções de cortar a respiração, que casam na perfeição com letras que contêm tudo o que o amor e a raiva têm de melhor. Uma sonoridade muito própria e inconfundível, possível de ser identificada até numa prova-às-cegas! E depois o banjo, o instrumento que torna tudo o que acabei de escrever fazer ainda mais sentido.
E se Bable nos mostrou uma evolução e aperfeiçoamento do estilo musical dos Mumford & Sons, agora mais consistentes e amadurecidos, o álbum de estreia Sigh no More foi amor ao primeiro acorde. Ganhou reputação através dos sigles “Little Lion Man”, um lamento de alguém resignado com a sua própria culpa, “Winter Winds” e “The Cave”. Mas há mais canções marcantes: se em “White Blanck Page” sofremos com uma história de um amor enorme e falhada, em “Awake my Soul” só nos é possível sorrir de felicidade, qual serenata de amor! “Dust Bowl Dance”, a Rainha do álbum, não deixa ninguém indiferente e “Thistel & Weeds”, erradia drama e psicadelismo com um sentimento de culpa.
Mas há qualquer coisa de extraordinário logo na primeira faixa, que dá nome ao álbum. “Sigh no More” é cantada praticamente toda em coro, numa harmonia perfeita entre as 4 vozes que compõem o grupo, e vai crescendo e crescendo… até explodir numa contagiante mensagem: “Oh Man is a giddy thing” e que cada um de nós deveria ser “more like the Man you (we) were made to be”. É para acreditarmos mais em nós próprios e confirmarmos mais no destino! E o destino ditou que esta faixa não virasse single, sabe-se lá porquê…