O nome escreve-se mesmo assim, com o “h” trocado com o “o”. Não sei se é de nascença se é artístico e supostamente irreverente, mas Jhon Douglas mostra alguma irreverência nas suas letras e na sua atitude e aparência parte hippie, parte surfista, parte skater, parte índio da Amazónia – porque foi mesmo de lá, da Amazónia, que ele veio passar uma temporada a Portugal. Nasceu na cidade de Vilhena, no estado brasileiro de Rondônia, conhecido precisamente pelas suas florestas amazónicas. Ora “Neuziana” pretende ser irreverente na letra – “Eu vou voltar pro mato pra me desatualizar” é dito lá para o meio. A minha mãe, que me mostrou esta canção há umas semanas, ficou fascinada com a frase. De facto, é uma daquelas frases que dá que pensar, principalmente neste mundo de hoje em que, supostamente, estamos sempre atualizados. Mas este tema do álbum Mato não vale só pela letra. Aquele ritmo brasileiro, sambado e alegre, está lá bem presente, para animar o dia. E como é sexta-feira, nada melhor que terminar a semana a dançar. Porque já diz a Márcia na canção de ontem, é preciso dançar o azar para ultrapassar a tempestade.
“Neuziana” – Jhon Douglas
