Normalmente tratado como nota de rodapé, o disco de estreia de Lou Reed é uma excelente passagem entre o passado dos Velvet Underground e a carreira futura de Reed.
Lançado em 1972, o primeiro álbum a solo de Lou Reed não foi propriamente uma estreia auspiciosa para a sua carreira após deixar os Velvet Underground. O trabalho homónimo, de 10 faixas, contém oito regravações de canções não utilizadas pelos Velvet Underground, só tendo duas novas composições (“Going Down” e “Berlin”).
O disco, gravado em Londres, conta com a presença de Rick Wakeman e Steve Howe, dos Yes, como músicas de sessão, o que foi visto como deveras estranho, dado o completo oposto de som entre as duas bandas, o que resultou num som menos sujo e cru, como era o apanágio do grupo de Nova Iorque.
Embora não seja considerado um desastre, o álbum é visto como um início fraco para a carreira solo de Reed, no entanto, conta com algumas canções que farão sempre parte da discografia de Lou Reed, como “I Can’t Stand It, “Wild Child”, “Berlin” ou “Lisa Says”.
O álbum foi uma decepção comercial e crítica na época. Apenas chegou à posição 189 na Billboard 200, só vendendo cerca de sete mil cópias, muito abaixo das expectativas criadas para a estreia do líder dos Velvet Underground, tendo os fãs do considerado o disco muito polido e seguro. O próprio Reed criticou a produção do disco, chamando-a de “metálica e sem alma”.
Não sendo terrível, bem longe disso, Lou Reed é visto, para muitos, como apenas o álbum de transição, não reflectindo totalmente o talento e a visão artística que Reed demonstraria nos discos seguintes.