Há muito tempo havia a promessa, mas só agora vai arrancar a série de reedições dos discos dos Led Zeppelin. Ao contrário de muitas bandas da mesma altura, os Zepp nunca geriram particularmente bem o seu portfolio após o fim do grupo, apesar da dedicação que Jimmy Page continua a demonstrar, enquanto perpetuador da mensagem.
Em causa estão, para já, os três primeiros discos: Led Zeppelin (1969), Led Zeppelin II (também 1969) e Led Zeppelin III (1970). Os álbuns foram remisturados por Page (guitarrista, mentor e principal compositor) e com eles virá o mais apetecível: música “nova”, ou seja, out-takes das gravações da altura, demos, versões alternativas e ainda, promete a editora, músicas nunca publicadas até hoje.
Como é habitual nestes processos, teremos à disposição vários formatos e pacotes, a saber: 1 – cd com o disco original remisturado; 2 – cd duplo, com o disco original remisturado mais um cd de extras; 3 – LP de 180 gramas do disco remisturado, com réplica exacta do ‘artwork’ original (por exemplo, a icónica capa do vinil de Led Zeppelin III, com buracos e uma roda que gira, será copiada na perfeição); 4 – versão de luxo vinil, com LP de 180 gramas com o disco e outro disco com os extras; 5 – download digital; 6 – Box set de luxo, com 30 mil coisas, uma data de cd, mais vinis, livro de 70 páginas, download digital, etc, etc, etc.
Tudo isto chegará às lojas a 3 de Junho.
“O material nos discos-extra é um portal para o tempo da gravação da música dos Led Zeppelin”, explica Page, acrescentando que “é uma selecção de esboços, misturas não utilizadas, versões instrumentais, versões alternativas e novo material gravado na altura”.
Em apenas dois anos, os Led Zeppelin marcaram a sua posição na música rock mundial e definiram, logo, que iriam ser os reis da primeira metade da década seguinte, prolongando o domínio britânico sobre o planeta terra em formato de música. Quando é lançado o primeiro disco, já os Zepp eram uma banda experimentada, com os seus membros a ostentarem talento para dar e vender e currículo em várias e sempre interessantes cenas em Inglaterra. Daí que Led Zeppelin não seja um típico primeiro disco: já é seguro, forte, decidido. Sobretudo rock, mas com muito blues e tudo o resto que viria a definir o som da banda nos anos seguintes; Led Zeppelin II é, na minha opinião, o melhor dos seus discos, uma viagem de rock ensopado em delta blues; Led Zeppelin III mantém a fasquia elevadíssima, apostando também na exploração, em algumas músicas, do filão acústico que Jimmy Page tão bem dominava.
Espera-se que este movimento seja seguido pela reedição dos restantes trabalhos da banda.