Stay Together é um disco fraco e incaracterístico de uma banda agora mergulhada na irrelevância, que foi em busca de um novo começo mas que se limitou a perder o rumo.
Mas eles ainda existem? Sim, é verdade, os Kaiser Chiefs ainda existem, ainda lançam música nova e não se limitam a ir ao Crato em formato best-of.
Ainda assim, o futuro da banda estava e está longe de estar assegurado. As dúvidas começaram em 2012, com a saída do baterista Nick Hodgson. Acontece que este era, também, um dos principais compositores do grupo que nos deu coisas tão boas como “Ruby” ou “I predict a riot”. Em 2014 saiu Educacion, Educacion, Educacion & War, que manteve o percurso rock “a la Kasabian” mas que acabou por não ter grande impacto. Agora, em 2016, descambou tudo.
Ricky Wilson, o vocalista conhecido pela sua energia e loucuras em palco, passou os últimos anos a tornar-se uma celebridade em Inglaterra, como jurado do The Voice e noutras aventuras televisivas similares. Agora que voltou a juntar a banda parece ter ficado possuído por esse mundo de plástico. E fez um disco lastimável.
Os Kaiser Chiefs recorreram ao produtor Brian Higgins, que também é co-autor de vários dos temas e que no passado trabalhou com irrelevâncias como as Girls Aloud. O resultado é um disco que nunca diríamos ser dos Kaiser Chiefs, até porque Wilson usa agora um estranho tom mais grave. Mais, as guitarras indie deram lugar à electrónica, aos sintetizadores, às baterias programadas. Se não soubéssemos, na verdade, nunca diríamos estar perante a mesma banda.
Os Kaiser Chiefs mudaram e aqui está a prova de que a mudança não é sempre boa. Neste disco, nos momentos menos maus, lembram uns Hot Chip ou uns New Order pouco inspirados; nos momentos mais ou menos são uns Cut/Copy de segunda, mas a coisa acaba por tresandar mais aos Coldplay dos últimos tempos e algumas foleiradas dos Killers.
RIP Kaiser Chiefs. Foi giro enquanto durou.