Numa época de desmaterialização quase total da música, nos EUA há quem vá no sentido inverso. Os clássicos Wu-Tang Clan apostam na edição de um disco sui generis. Aliás, edição não é bem o termo. É que Once Upon a Time in Shaolin tem apenas uma cópia, numa caixa específica e não será editado comercialmente. O plano de RZA, Method Man e companhia é que o disco vá em digressão física por museus e galerias de todo o mundo, para depois ser vendido à oferta mais alta. Tornando-se assim o disco mais exclusivo da história, vindo de uma banda já estabelecida (e até veterana do hip-hop norte-americano). Mas há mais: a música tem vindo a ser desvendada, em fragmentos muito curtos e algo incoerentes, estando confirmado que a cantora Cher (essa mesmo) participou com voz em duas faixas.
Há mesmo uma campanha em curso para mudar o destino deste estranho disco. Depois de responsáveis da banda terem dito que já receberam uma oferta de 5 milhões de dólares, está em curso uma campanha de ‘crowdfunding’ para resgatar a obra. O autor do projecto quer que os fãs juntem dinheiro (pelo menos os tais 5 milhões) para comprar o disco, tornando-o depois acessível comercialmente para toda a gente ouvir. Tudo para impedir, nas suas palavras, “que o disco vá parar às mãos de um sheik qualquer como mais um capricho”.
Gesto artístico ou jogada de marketing? É uma boa pergunta.
Aqui fica o pouco do que é conhecido deste estranho e encantador Once upon a time in Shaolin, através da visita de um jornalista da Forbes a Marrocos.