Em 2025 celebramos o 28º aniversário do lançamento de “Either/Or”, álbum seminal de Elliott Smith.
O mundo da música em 1997 pautava-se pela dominância de dois grandes géneros: o pop cintilante de bandas como as Spice Girls e Backstreet Boys, e a grande invasão britânica com bandas como Oasis, Blur e Pulp. A cena indie ainda era assimilada como “alternativa”, mas já a traçar o seu caminho para o mainstream com grandes álbuns lançados em anos anteriores como Wowee Zowee dos Pavement, Being There dos Wilco, If You’re Feeling Sinister dos Belle and Sebastian.
Elliott Smith, que já tinha lançado dois álbuns promissores por esta altura (Roman Candle e Elliott Smith), ganhando renome na cena indie rock/folk, começou a trabalhar em Either/Or entre 1995 e 1996, no meio de produzir o terceiro álbum da sua banda Heatmiser e andar em tour a promover Elliott Smith.
Ao contrário dos álbuns anteriores, considerados mais lo-fi e DIY (muitas vezes apenas a voz de Smith e sua guitarra), Either/Or tem uma sonoridade muito própria, que liga o folk ao indie ao pop de uma maneira bonita e coerente. Gravado em vários sítios (casas de amigos), mas ainda com o sentimento de DIY (Smith gravou todos os instrumentos), o álbum é uma pérola.
De voz doce e melancólica, melodias delicadas, mas que nos arranham a espinha, letras incríveis, como alguém disse, “beautiful sad music”, ou, como disse a Pitchfork “embodies a magical, alchemical mix of intimacy and bombast”.
Either/Or fica na história da música como um dos álbuns mais importantes do indie rock/folk e Elliott Smith eternizado como um dos músicos mais inspiradores e reconhecidos pela sua influência.