Este é o tema principal do filme de Sofia Coppola, The Virgin Suicides, que estreou em 2000. A banda sonora foi composta de raiz pelos Air, que acompanharam de perto as gravações e mergulharam no universo criado pela cineasta em torno das encantadoras irmãs Lisbon.
The Virgin Suicides, o disco, é um ambiental complemento ao filme, no fino equilíbrio entre brilho e negrura. E o álbum abre com uma luminosidade espantosamente contida, que capta na perfeição o ambiente do filme, a doçura cortante de um amor de liceu e que, ainda assim, tem a sua vida própria e não precisa do contexto do ecrã.
“Playground Love” (varrida do princípio ao fim por uma linha de piano levemente emprestada pelos Pink Floyd) tem também um convidado especial. Pelo nome que aparece nos créditos, pouca gente saberá quem é Gordon Tracks, mas este é o projecto paralelo de Thomas Mars, vocalista dos Phoenix, marido de Sofia Coppola. Mars não só canta como toca bateria e fica para sempre associado a uma das mais belas músicas compostas pelos Air. E é impossível (tendo ou não visto o filme) ouvir esta canção e não recuar até à sua própria adolescência e aos amores de liceu.