“And at once I knew I was not magnificent”, canta Justin Vernon em “Holocene”, terceira faixa do disco homónimo de Bon Iver. Há uma razão para esta ser uma das músicas mais conhecidas da banda norte-americana: cada palavra e entoação, aqui particularmente, têm uma intenção clara e são de uma intensidade inultrapassável. Raros foram os momentos em que Vernon soou tão comovente. E talvez pelas colaborações com artistas como Kanye West tenha tentado tornar o folk do álbum anterior em algo mais experimental e focado na banda, havendo muito mais a acontecer a nível instrumental; o resultado é saborosíssimo, e “Holocene” é prova disso mesmo. Os vários instrumentos de sopro irrompem a meio da música, enquanto uma das vozes mais características desta década nos embala num tom hiperbolicamente agudo, mas que nunca chega a ser cansativo. E apesar de não se saber bem o que a letra quer dizer, soa a desabafo, e é esta intimidade que prende.
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