Estamos em 1975. Ano de ouro pelos lados germânicos. Depois de andar às voltas pelos Cluster e pelos Harmonia, Michael Rother volta para o seu anterior companheiro de banda Klaus Dinger para gravarem aquele que é por muitos considerado a obra-prima do grupo alemão. Neu! ’75 foi um disco gravado com as mesmas divergências de sempre entre Rother e Dinger. O primeiro lado é o que hoje nos interessa falar. Pela mente de Rother nascem as três primeiras faixas do disco, num registo bem mais ambiental e minimalista do que o que Dinger queria para a sua banda. “Leb’Wohl”, faixa que encerra este primeiro lado, foi gravado com a estrutura original dos Neu!, isto é, apenas Rother na guitarra e Dinger na bateria. Diferente de tudo o resto que tinham feito antes, “Leb’Wohl” (“despedida”, que isto só um alemão é que entende) são quase nove minutos de melancolia, um devaneio guiado pelo som de um teclado bastante distante e minimalista, pelo som das ondas do mar e pela voz falada e escura de Dinger. “Bye bye” diz-nos ele lá muito ao fundo. E é assim que me despeço eu também. Foi uma boa semana.
Canção do dia: Leb’Wohl – Neu!
