Reportagens

alt-J || Campo Pequeno

Os britânicos alt-J regressaram a Portugal pouquíssimos meses depois de terem tocado no NOS Alive 2022. A história tem tudo para ser semelhante, mas o facto de ser um concerto em nome próprio e numa sala fechada, só traz vantagens. Um jogo de luz mais apurado e detalhado, um som mais cristalino e um público só para eles (que muitos, ainda assim, não sabem aproveitar para apreciar um concerto em silêncio).

A digressão que serve de promoção ao novo disco, The Dream, é facilmente tomada de assalto pela celebração dos dez anos da edição do disco de estreia An Awesome Wave, que colocou os alt-J em alta rotação um pouco por todo o lado nas playlists mais indie. E por isso, é de esperar que “Maltida” e “Breezeblocks” sejam cantadas em coro pelo público, com “Taro”, “Dissolve Me” e “Fitzpleasure”, pelo meio, tocadas de rajada antes do encore, a recolherem reações efusivas.

Estes serão sempre alguns dos temas mais celebrados concerto após concerto (já vão seis em Portugal?) independentemente de haver novo disco ou não. Ainda assim, os temas do novo The Dream encaixam num alinhamento equilibrado e as “orelhudas” “U&ME”, “Hard Drive Gold” e “…The Actor” nada ficam a dever ao catálogo experimentalista dos alt-J.

E se em disco, a abordagem já é arrojada, em cima do palco, as músicas ganham novos contornos. Mais um jogo de vozes subtil ou o detalhe de acorde extra por cima do ritmo matemático e meio hipnótico da bateria de Thom Sonny Green. Tudo no sítio certo.

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