O álbum de estreia das irlandesas September Girls já era aguardado com alguma antecipação, depois da edição de seis singles do disco Cursing The Sea, que só foi editado como longa duração no final do ano passado.
A sonoridade encontra-se a meio caminho entre o pop dos grupos femininos dos anos 60 e o noise pop, com as cinco meninas a beber influências de bandas como My Bloody Valentine ou Jesus and Mary Chain.
O disco abre com a música que dá nome ao álbum e que marca o que será o fio condutor do resto do trabalho. Consistente, as guitarras ao estilo Jesus and Mary Chain soam sobretudo em “Heartbeats” ou “Someone New”.
“Green Eye” já muda ligeiramente o tom e soa a indie britânico dos anos 70 e 80 numa versão mais moderna. Em “Ships” consegue-se mesmo reconhecer alguns toques de Joy Division. E de repente surge-nos “Someone New”, uma espécie de Ramones mas no feminino. A fechar, o etéreo dos anos 80 no seu expoente com “Sister”.
Ouvido com atenção, Cursing The Sea é um disco sólido e coerente, que abre o apetite para o que mais podem estas guitarras e vozes etéreas fazer. O senão é que o registo é sempre muito semelhante e não há nada de surpreendente ao longo das 12 faixas do disco.