Aproximando-se o final do ano, a tarefa de vasculhar álbuns que nos escaparam torna-se mais intensa. A procura daquele som, qual surfista à procura da onda perfeita, mantêm-nos constantemente alerta. De repente, após nos lançarmos em várias ondas aparece uma daquelas, que não sendo a tal, é muito boa! Foi o que aconteceu com este Bye Bye 17 de Har Mar Superstar.
A procura começou no roster da Cult Records, a editora independente de Julian Casablancas, que acabou de lançar o novo EP do seu companheiro nos Strokes, Albert Hammond Jr. Não são ainda muitos os artistas desta editora mas um deles é este Sean Matthew Tillmann, cujo alter-ego Har Mar Superstar lançou em Abril Bye Bye 17, o seu 5º álbum da carreira e primeiro através da Cult Records.
O som nada tem a ver com Strokes. Estamos perante uma espécie de indie-R&B, algo difícil de classificar, o que não significa que seja música estranha. Pelo contrário, entra logo pelo ouvido e faz-nos começar a abanar o esqueleto. Este é um disco que corta com os seus antecessores, demasiado virados para uma pop demasiado sexual, alimentada pela personagem de porn-star dos anos 80 que gosta de atuar em palco apenas de cuecas. É claramente um álbum que muda de rumo e potencia o soul e o papel do saxofone à la Shaft. Em tudo terá contribuído um hiato de 4 anos desde o seu último álbum e uma mudança de editora.
Har Mar, apesar de aparecer na capa bem feio e em tronco nu, veste neste seu novo álbum o fato e a gravata e atira-se com muito mérito para este excelente revivalismo entre Soul e algum Funk.