Ben Howard tem feito o seu caminho de forma tranquila mas consistente. Nome recente e ainda relativamente desconhecido, o britânico de 25 anos lançou por conta própria o seu primeiro EP, “Games in the Dark”, em 2008, seguindo-se uma série de singles, o primeiro álbum e outros EP nos anos seguintes.
O último EP, “The Burgh Island”, foi editado em Outubro de 2012 e é uma ode à melancolia. São apenas quatro músicas, totalmente diferentes do que gravou até agora. Se nos trabalhos anteriores, como o mais conhecido “Put your head up”, os temas com toque acústico tinham uma mensagem positiva, agora Ben Howard usa essa mesma guitarra para conferir um tom pesado, mais obscuro, deixando para trás o acústico que o caracterizou no trabalho anterior e usando um tom intimista quando canta.
“Esmerelda”, que abre este EP, é sobretudo melódico e introspectivo enquanto “Oats in the River” tem mais energia e uns toques de guitarra eléctrica mas sem grande densidade. O crescendo instrumental acompanhado pela voz e um solo de guitarra ajudam a compor a música, a melhor, a meu ver, deste EP.
Já “To Be Alone” começa apenas com guitarra ligeiramente distorcida ao fundo, durante mais de um minuto, demorando a arrancar. Esperamos várias vezes que a música dispare e liberte a guitarra que parece quase em tensão mas, quando há essa espécie de explosão, a guitarra acalma e é a voz que se destaca. A fechar, “Burgh Island”, que dá tema ao EP e conta com a colaboração da voz etérea de Monica Heldal, é lenta e pesada, embora a sempre presente guitarra, em versão dedilhada, dê um toque de luz no meio da densidade dos acordes eléctricos. A conclusão ideal com a expectativa de um final feliz para a história triste que aqui se canta.