Lembram-se daqueles vídeos a preto e branco dos anos 60 onde rapariguinhas e (alguns) rapazes dançavam sem parar como só se fazia nessa altura, ali entre 65-66? Pois bem, então estes Allah-Las parece que faziam a banda sonora para esses mesmos vídeos. No que é que consistia, então, essa banda sonora? Em termos técnicos poderíamos classificar Low-Key Garage Surf-Rock ou música de surf semi-depressiva, para os mais leigos.
Antes do mais importa realçar este facto, três elementos da banda trabalhavam, em Los Angeles, na melhor cadeia de lojas de sempre, a Amoeba Records. E terá sido justamente aí, com uma quantidade inacreditável de pérolas vindas do fundo do baú dos anos 60 que estes rapazes foram desencantar o seu som. E que som este.
Apesar de não ser um disco fresquinho de 2013, dado que já foi editado em Setembro do ano passado, encontrando-se completamente enquadrado na atmosfera semi-depressiva que é o final de verão, é um disco que só agora está a ganhar mais rotação e, irão estar presentes na edição deste ano do South By Southwest e, quem sabe, darem um pulinho a um dos nossos festivais de verão, onde serão muito bem vindos.
Ora, este disco da banda californiana traz-nos o som do pacífico que Jack Kerouac nos falava em Big Sur. Um misto de contemplação e respeito. Algo logo nos atrai a este som como as ninfas que Camões nos falava, sentimo-nos absorvidos pelo seu som hipnótico e só “acordamos” deste transe alguns segundos depois do disco ter terminado. É assim tão bom. Não acreditam? Oiçam a quarta faixa, “Sacred Sands” e deixem-se levar…