Se, como pressupomos, Lemmy e os seus Motörhead andaram para aí a espalhar filhos desde a década de setenta, não será particularmente surpresa que comecem a aparecer os seus netos.
Falo de música, claro … que mexericos serão para outras publicações! Sempre que instigado a caracterizar o som dos Motörhead (heavy metal, punk, hard rock, …), a lenda Lemmy Kilmister evitava os rodriguinhos e chutava diretamente à baliza, defendendo que era apenas Rock’n’Roll. Multiplicaram-se desde então uma série de rótulos (e de rótulos compostos) para ajudar a vender discos e digressões, influenciados tornaram-se influenciadores, mas o que tem permanecido é o espírito livre e rock’n’roll tocado bem rápido. No passado sábado, a sala do Vortex compôs-se para receber um par de bandas que enriquecem o legado de Lemmy por um infinito de cabeças dançantes e punhos cerrados.
A tocar (finalmente) em casa, os Nagasaki Sunrise provocaram alvoroço! Foi revigorante e inspirador ver tantos a cantar as letras, a envolver-se no slam e a absorver a intensidade disparada pela banda, devolvendo-a para o agitado pit. Ancorados em ritmos D-beat alucinantes, os Nagasaki Sunrise vão debitando riffs bélicos viciantes que se colam na perfeição às vocalizações e à agitação de Gasolizna Nagasaki. Simplesmente brutal!
Os Abyecta não só não se deixaram intimidar pelo arraso causado pelo quinteto lisboeta, como aproveitaram a vibração da sala para um assalto de punk impregnado de metais pesados maturados em barris de cerveja desde os anos 80. Carolina Valium (voz e guitarra) emanou poder e energia ao longo do set, atraindo para si olhares, vénias e os mencionados punhos cerrados.






















