E ao décimo primeiro trabalho, Caribou volta a surpreender, com um disco cheio de músicas altamente dançáveis e onde utilizou inteligência artificial.
O disco Honey representa uma nova fase para Dan Snaith, que se apresenta, na música eletrónica, como Caribou. Este trabalho é mais dançável, mais produzido, com mais efeitos e novas técnicas, nomeadamente o uso de Inteligência Artificial. É feito para as pistas de dança, desde os ritmos repetitivos, aos crescendos e às vozes escolhidas para pintar a base eletrónica.
É um disco que demora a entrar. Foi preciso várias audições, com várias desistências pelo meio para ir ouvir outras coisas para finalmente conseguir chegar ao fim. E, quando conseguimos, vemos que é de facto um trabalho muito rico – podíamos dançar o disco todo, sem saltar músicas (embora algumas se percam na repetição), e tínhamos a noite feita.
Destaque para “Volume”, excelente faixa dançável, com breves momentos de voz a aparecer, e também para “Come Find Me”, perfeita para começar a animar a pista, ou “Over Now”, que parece saída de um jogo de computador.
Caribou utiliza a Inteligência Artificial neste disco, para manipular a voz, permitindo efeitos diferentes, que conseguimos ouvir em músicas como “Broke My Heart” e “Do Without You” – não estamos cá para julgar. Sentimos que, em alguns momentos, o disco perde alguma identidade, ou alma, mas será pelo uso da AI ou apenas pela repetição habitual na música eletrónica?
Seja como for, Caribou não teve medo de experimentar coisas novas e colocar a tecnologia ao seu serviço. Se é o seu melhor disco? Longe disso, mas não deixa de ser um álbum interessante, leve e dançável.