Se é verdade que o Rock salva, mais verdade será que ainda há muito mundo que ainda não viu o poder da guitarra elétrica. Denis Alekseev, na sua Gazelle of Death, tem espalhado a palavra por quase todas as repúblicas russas (e por uma boa parte da Ásia Central). Como há locais onde a estrada não chega, a solução é navegar.
Por esse mundo fora, e para bem da nossa felicidade, há uma série de almas que continuam a recusar tanto a pílula vermelha quanto a azul, preferindo criar pequenas bolsas de resistência à massificação e de promoção da liberdade (também cultural). No passado sábado, duas dessas forças deram a mão para angariar fundos destinados à aquisição de um barco que permita levar artistas à recôndita República de Sakha (no nordeste da Sibéria) onde não existem estradas para além dos rios – Cliquem aqui para mais informação, por favor!
A Associação Terapêutica do Ruído juntou-se a Denis Alekseev (e à sua Gazelle of Death) para recolher contribuições nacionais através de um evento que teve lugar no carismático Little Chelsea e que contou com as atuações do projeto a solo do João Desmarques, dos Turboanx e do DJ set de DJ Marx.
Tentei voar do Vortex até Marvila sem colocar em risco vidas alheias e a minha magra carteira, e ainda cheguei a tempo de apanhar um bom bocado da atuação de Desmarques – uma improvisação sónica construída a partir de uma guitarra portuguesa mascarada de guitarra elétrica (amplificador, pedais e companhia) e da samplagem direta a partir de leitores de cassetes portáteis (vulgo walkmans). É uma experiência estranha, claro, com momentos mais atonais e dissonantes que outros, mas que me agarrou e me deixou a mente a passear. A ver se repito a experiência!
Seguiram-se os Turboanx, colectivo que reúne Anton Obrazeena (Jars e P/O Massacre) na voz e guitarra, Diogo Vouga (dUAS sEMIcOLCHEIAS iNVERTIDAS) na bateria e Leonardo Janeiro (Erosão e Quebra) na maquinaria, em torno de uma versão pós moderna de Punk Rock! Desta primeira audição desta banda, acabadinha de parir, ficaram-me muito boas impressões do quão bem resulta esta abordagem à veia mais inconformada do Rock ́n ́Roll, impregnada de dissonância jazzística e de textura sónica. Ainda será cedo para mais conclusões, mas já é certo que os vou querer apanhar novamente … e, segundo parece, a próxima oportunidade está já aí à espreita! Aproveitem!















