Tigers Blood é o sexto álbum de Waxahatchee, projeto artístico de Katie Crutchfield e é uma pérola: de voz e melodias assertivas, letras que refletem o mundano, com uma proximidade e vulnerabilidade tocante.
Tigers Blood é o sexto álbum de Waxahatchee, projeto artístico de Katie Crutchfield. Após o estrondoso êxito de Saint Cloud (2020), que tirou a artista de uma pequena escuridão de artistas independentes para a ribalta, tínhamos dúvidas se Waxahatchee se conseguiria superar.
Com um passado no pop punk (a banda P.S. Eliot), mas que recentemente voltou às suas raízes do Alabama, com claras influências de artistas como Tom Petty, este Tigers Blood reforça a sonoridade americana e country-ish.
Seguindo um estilo mais de folk tradicional, mas continuando com o country nas veias, o sexto álbum de Waxahatchee é uma pérola: de voz e melodias assertivas, letras que refletem o mundano (como Katie Crutchfield diz numa entrevista à Pitchfork: “tento escrever de forma que seja compreensível para qualquer pessoa, independentemente do problema que tenham”), com uma proximidade tocante. A voz única de Crutchfield transmite uma sinceridade e vulnerabilidade que ressoam profundamente ao longo das 12 músicas.
Produzido por Brad Cook, que também produziu Saint Cloud, o álbum conta com a participação de MJ Lenderman (também conhecido por tocar com as Wednesday) na guitarra elétrica e com destaque no single “Right Back to It”, música particularmente interessante em que as duas vozes se complementam numa balada country-folk capaz de nos pôr a balançar.
Músicas que se destacam: “365”, “Burns Out at Midnight”, “The Wolves” e “Crimes of the Heart”.
Ao todo são 42 minutos de músicas que nos fazem sentir que estamos de cabelos ao vento a percorrer a route 66, contemplando a vida, enquanto Waxahatchee embala-nos pelo caminho.