A música das Last Dinner Party tem alguma tendência para o excesso e para a teatralidade, que assenta bem no quinteto que a compõe e em quem ouve.
São, sem dúvida, a banda sensação de 2024. Começaram a vender bilhetes para concertos ainda poucos minutos de música tinham sido divulgados, receberam elogios de todos os lados e parecem ter chegado aos discos já com a maturidade toda alcançada. Genialidade ou produto da indústria musical?
O álbum de estreia, Prelude to Ecstasy, tem sido louvado por todos: bem produzido, cheio de arranjos bonitos, coros cheios, som cristalino, um miminho para os ouvidos. Assim que “Nothing Matters”, o single, foi conhecido, o burburinho em torno da banda começou. E com razão. Este é um disco delicioso, que vai da pop descomprometida ao hard-rock ou ao shoegaze (ou inspiração de…) passando pela música clássica logo na faixa de abertura, que dá nome ao disco.
De facto, o álbum abre com um momento de orquestra. É logo aqui que a atenção desperta e que marca o que depois se segue. Indie rock alternativo sólido, diferente, canções bem escritas, vozes fortes, refrões para cantar a plenos pulmões, crescendos que farão as delícias dos fãs em concerto.
Temos canções excelentes como “Ceaser on TV Screen” ou “On Your Side”, embora de facto seja difícil destacar canções. Todo o disco é sólido das canções mais animadas às faixas mais melancólicas como “Gjuha”, que quase parece ter um coro de igreja, saltando depois para “Sinner”, excelente para dançar, com uma guitarra bem marcada e um refrão fácil. “Lady of Mercy” pede mesmo para ser tocada ao vivo, com os riffs poderosos e as vozes cheias. E fechamos com “Mirror”, outro momento melancólico, com coros intensos, a deixar-nos a querer mais.
Este será, sem dúvida, o disco do ano em muitas listas, ou pelo menos entrará no top 3. É fácil perceber porquê: refrescante embora familiar, bem produzido, bem cantado, com vários estilos dentro do estilo próprio do quinteto e, no geral, um mimo para os ouvidos.