O álbum Flowers dos Rolling Stones data de 1967 e é uma compilação para o mercado norte-americano, editado pela sua label deste país. Na maioria dos casos são canções que não apareceram na versão americana dos álbuns Between the Buttons e Aftermath. Músicas que surgiram como singles ou que foram gravadas nas infindáveis sessões de estúdio que, naturalmente, a banda registou. Acaba por ser uma compilação na qual os próprios Stones pouco interviram na sua escolha.
Engane-se quem acha que por ser uma compilação de músicas um pouco mais secundárias se traduz em músicas menores. Nada disso. Estão aqui excelentes canções, próprias duma época fértil para uma das maiores bandas de sempre.
Esta compilação começa com “Ruby Tuesday”, música na qual Brian Jones, líder primeiro da banda e talentosíssimo multi-instrumentalista, toca flauta. Inclui também o seu lado A “Let’s Spend The Night Together” e outras músicas em que Jones, que morreria tragicamente afogado na piscina de sua casa dois anos depois, toca gaita de foles.
O álbum inclui também uma versão da música “My Girl” eternizada pelos Temptations ou mesmo por Otis Reading, qual das versões a mais conhecida? Os Rolling Stones também fizeram a sua, não muito diferente da original (de composição de Smokey Robinson e Ronald White, já agora), mas com o seu toque british. Este tipo de coisas acontecia muito no passado, bandas ou artistas a tocaram músicas compostas por terceiros. Era mesmo assim, o compositor não era forçosamente o intérprete, pelo contrário. Eram conceitos separados. Nos anos 60 isto começou então a mudar. Pormenores à volta desse tal facto que a versão dos Stones de “My Girl” vale então a pena de ser escutada como as outras mais conhecidas.