The Rolling Stones – Aftermath [US] (1966)

Mais do que ninguém, os Rolling Stones definiram os parâmetros do rock’n’roll. Ainda que Keith Richards (guitarra), Brian Jones (guitarra, harmónica), Bill Wyman (baixo) e Charlie Watts (bateria) – da formação inicial – fossem excelentes músicos e ajudassem a transformar a estrutura clássica dos blues e do rock tradicional em algo diferente, sem o gigante Mick Jagger, os estilos como o hard rock, o heavy metal, o glam, o punk e o grunge seriam improváveis. Mick Jagger desbravou os terrenos líricos do rock e criou aquilo que se pode apelidar de “uma persona rock’n’roll”. Provocador, emanando sexualidade por todos os poros, cantava para um mundo prestes a explodir. De olhar e trejeitos quase obscenos, o ar negligé, de menino rabugento que não quer saber de nada seria imitado e repetido até aos dias de hoje.

Elvis já tinha cumprido o seu dever e os Beatles eram (ainda) meninos bem comportados. Este rock era novo. Os Stones representavam e anunciavam a revolução que em breve aconteceria. No que respeita aos Rolling Stones, a escolha de um álbum não é importante. As minhas músicas favoritas estão espalhadas pelos diversos discos da banda. Escolho o álbum Aftermath (1966), pelo simples facto de ser o primeiro disco inteiramente escrito por Jagger e Richards, sem versões. Embora a versão original do disco fosse a editada primeiro no Reino Unido, escolho a edição americana por conter uma das músicas mais robustas da banda, “Paint it Black“ ou de um clássico como “Under my Thumb”.

O álbum transpira de modo suave algum psicadelismo. Brian Jones toca uma variedade de instrumentos normalmente não associados à música rock, incluindo cítara, saltério, marimbas, harmónica, koto japonês, bem como guitarra e teclados. Sem falar da sua longevidade, que é absolutamente incrível (mas não muito importante) os Rolling Stones são responsáveis por terem levado o rock’n’roll ao mundo inteiro e por nos oferecerem canções maiores que o Universo.