Foi uma Emma tímida, algo nervosa e de maxilares bem contraídos que se apresentou ontem, no palco do Teatro Maria Matos. A cantautora inglesa, conhecida como Scout Niblett, regressou aos palcos nacionais para apresentar It’s Up To Emma, o seu mais recente trabalho e o sexto álbum de estúdio desde 2001.
Emma subiu ao palco sozinha e começou a pôr as cartas na mesa com “Duke Of Anxiety” de The Calcination of Scout Niblett e “My Beloved”, single que não entra em qualquer longa-duração. A intimidade estava criada. Com uma certa intimidação diga-se. A concentração e a forma implacável com que esta quarentona, que mais parece ter vinte e tais, se impõe em palco cria logo ali um respeito e uma admiração do público, que encheu por completo a sala lisboeta. Depois, já na companhia de Jan Philipp Janzen, na bateria, Miguel Ortiz Caturani, na guitarra, e pontualmente dos portugueses Carlos Santa Clara, no violino e Joana Guerra no violoncelo, debitou de rajada cinco novas canções de It’s Up To Emma.
A meio do concerto, Niblett, na sua única comunicação com o público, pergunta implacavelmente: “Questions??” como se se pudesse ter algum tipo de dúvida do que se estava ali a passar. Apanhando todos desprevenidos ouve-se alguém perguntar se Emma vai gravar novamente com Steve Albini (esse mesmo produtor que gravou In Utero com os Nirvana). Emma, também ela surpreendida por alguém efectivamente perguntar alguma coisa, apenas responde que não sabe.
E lançou-se para a parte final do concerto, que se revelou curto em número de canções, mas que, com o encore, chegou à hora e meia. Canções de This Tool Can Die Now, incluindo “Kiss”, protagonizada em álbum com Will Oldham, e terminando com “Hot To Death” de Kidnapped By Neptune revelaram-lhe os poucos sorrisos da noite.
Set-List:
1. Duke Of Anxiety
2. My Beloved
3. Can’t Fool Me Now
4. Second Chance Dreams
5. Gun
6. My Man
7. What Can I Do?
8. Nevada
9. Let Thine Heart Be Warmed
encore
10. Kiss
11. Hot To Death