E assim começou o Dadaismo a cantar…
Juntos novamente, desta vez vamos recuar uns anos no tempo. Vamos até 79, cinco anos após o aparecimento oficial da formação inglesa Cabaret Voltaire. Falo-vos do segundo single, lançado logo após a peça de apresentação “Nag Nag Nag”. Ao contrário do que seria de esperar, “Silent Comand” desprende-se dos tiques mais óbvios do pre-pós-punk e capitaliza o leque de instrumentação através de maneirismos esquisitos, especialmente nas teclas, e algumas inflexões vocais um tanto ou quanto teatrais. São duas vozes, ou talvez mais, a caminhar numa linha de cumeeira mental próxima da insensatez. E pelo meio uns samples de cinema francês(é possível reconhecermos as palavras de Michel Piccoli falando acerca de uma mulher iraniana chamada “Anita”). A guitarra é a única referência que nos mantém agarrados a uma ténue realidade.
O sentimento geral oscila algures entre a electricidade hipnotizante experimental de um punk-rock bizarro e uma paródia teatral afrancesada.
Trata-se claramente de um tema intemporal. Hipnótico estranho e cativante, aquando do seu lançamento, “Silent Command” é ainda hoje tão bizarro como sedutor. E será certamente amanhã, o que prova mais uma vez o extraordinário talento de Richard H. Kirk.
Periferia: Cabaret Voltaire

João Afonso
Se me perguntassem hoje o que é que queres ser, eu diria não sei. Mas há duas outras três coisas que tenho a certeza absoluta. Uma delas é a música. Nunca aprendi por achar uma seca ler pautas. Por isso prefiro tocar de ouvido. E ouvir muita, muita música! De A a Z, até enjoar. O que acaba por nunca acontecer. E daqui poderia partir para uma teorização mais ou menos filosófica do que é a música. Ora, vou poupar-vos a esse desmazelo retórico. Tirem-me o cabelo, tirem-me o bacalhau, tirem-me a viagem de um mês à Nova Zelândia, mas por favor não me tirem a música. Isso não…
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boa ANÓNIMO.
continua com os teus bons posts e a tua divulgação de boa música (periférica).
afinal é disto que se pede.