Bastante potencial neste The Beloved Returns. Resta saber que alcance terá.
Justin Sullivan é uma pérola do indie. Tocou, como baterista, em bandas como The Babies, Flat Worms e Kevin Morby. Em 2017 decidiu, e bem, trocar a bateria para criar a sua própria banda, compondo, tocando e cantando seu primeiro EP como Night Shop, denominado, precisamente, Night Shop.
Com amigos como o Kevin Morby, Meg Duffy (Hand Habits), Jarvis Taveniere (Woods), Katie Crutchfield (Waxahatchee), a sonoridade de Sullivan bebe dessa nova onda do indie pop folk, sem nunca perder a originalidade e encanto. Com dois álbuns já no bolso, este novo The Beloved Returns é um mimo. É um disco mais crescido e arriscado, com músicas cheias de guitarradas muito rock’n’roll, bateria bem pedalada, melodias e refrões viciantes (“Let me the Lamb” e “Once Bitten, Twice Bored”). É um álbum que merece ser escutado (apesar da sua divulgação tímida).
O título deste mais recente álbum é inspirado no romance de Thomas Mann, Lotte in Weimar: The Beloved Returns (1939), uma biografia ficcionalizada de Goethe, que reflete temas de desejo e obsessão. São temáticas perceptíveis através dos versos (quase) cáusticos e o ritmo mais acelerado que percorre o álbum, que também nos deixa frenéticos e com vontade de saltar, dançar e gritar aos sete ventos.
É um disco produzido por Jessica Bourdeaux (Summer Cannibals) e distribuído pela editora Salinas Records.