Com este novo disco, os Metric passeiam-se entre a eletrónica e o indie rock com elegância, criando potenciais êxitos de pista de dança que pedem para ser dançados.
O novo disco de Metric, Formentera, é o oitavo álbum de estúdio e é uma festa dançante. A banda canadiana não lançava nenhum original desde 2018 e regressou em grande forma.
A primeira faixa, “Doomscroller”, tem mais de 10 minutos de duração e tem de tudo: batida de dança, crescendos épicos, momentos calmos, experimentalismo, e pede mesmo uma remistura para fazer explodir a pista.
Segue-se “All Comes Crashing”, um dos singles lançados, com um tom mais indie rock típico e ligeira batida eletrónica, um registo que se mantém durante os 48 minutos e que ouvimos também em “Formentera”, que dá nome ao álbum, e em “I Will Never Settle”, que tem uma guitarra indie a soar ao longo de todo o tema.
“False Dichotomy” usa e abusa do sintetizador, a soar a Prince, e “Oh Please” é um hino da pista de dança, lembrando um pouco Cut Copy ou M83. A fechar, “Paths in the Sky”, a puxar ao dream pop melancólico, mais tranquilo mas também quase angustiante, a puxar a New Order, com momentos de calma intervalados com crescendos de sintetizador e guitarra, perfeito para fechar o disco e nos deixar a sonhar.
Quase 20 anos depois de terem surgido, com “Old World Underground, Where Are You Now?”, de 2003, os Metric assumem-se como um dos ícones do indie rock canadiano, com uma componente mais dançável. Mantendo a sua raiz indie rock, os Metric souberam também adaptar-se aos novos tempos e às novas exigências dos ouvintes. Um disco surpreendente, para manter no radar.