“Le Jardin” é como uma metáfora da existência: como os altos e baixos dos dias, também os lugares felizes podem ser taciturnos. E neste jardim, ora colorido ora sombrio, contempla-se a passagem da vida. Às vezes assume-se a finitude, outras vezes aspira-se a paz que a primavera traz. Mas é preciso coragem para chamar nomes à vida, da mesma forma que é preciso músculo cognitivo para aceitar os males vindouros e – assim – converter o pessimismo em aceitação.
Pela primeira vez a cantar em espanhol, os franceses La Femme não temem a dureza do seu refrão: “Porque a vida é uma puta que pagas com o teu corpo”. E cabe a nós saber o seu preço.