No passado sábado, os Galgo foram até ao Musicbox celebrar o seu décimo aniversário. Uma festa de arromba, pois claro!
O concerto foi anunciado como “best of do que foi e do que está para vir”, e, de facto, houve de tudo, desde o name dropping de gratidão até à degustação de alguns temas fresquíssimos, passando pelo reencontro com as pérolas dos seus trabalhos anteriores. Tudo, claro, regado a dança, muita dança!
Manda-me a consciência começar esta crónica com duas declarações de interesse. Em primeiro lugar, devo dizer que fiquei fã desde o concerto fantástico que deram na edição de 2022 do Capote Fest (em Évora). Desde então tenho tentado apanhá-los mas até ao último sábado eles correram sempre mais depressa do que eu… Segunda confissão: tendo a gostar de bandas que fazem música muito difícil de descrever.
Passo a explicar.
Aos Galgo costumam vir associadas as seguintes etiquetas: math rock, pós-rock, space rock, dance punk, o diabo a sete… Também já vi escrito em algum lado kuduro e rock psicadélico, e eu próprio juro que também já me cheirou a afrobeat… Ora para quem nunca viu os Galgo – falha grave a colmatar urgentemente -, pode pensar “que valente salgalhada!”, o que não poderia estar mais longe da verdade. Se, de facto, podemos encontrar elementos daqueles – e de outros – estilos, eles estão diluídos, sobressaindo justamente o contrário: o som muito próprio, a sua inconfundível personalidade! Já para não falar no virtuosismo e criatividade galopante… Daí que não recomende que ouçam os Galgo munidos de uma checklist de melómano tecnocrata! Por muito neo-qualquer-coisa que isto vos soe, eu penso mesmo que o truque é sentir e deixar o vosso cérebro e o vosso corpo viajar ao sabor da música. A mim pareceu-me que foi precisamente isso que o público que encheu o Musicbox fez, pelo menos a julgar pelos corpos dançantes, os sorrisos na cara e alguns olhos fechados!
Tal como prometido pela banda, do alinhamento fizeram parte temas dos trabalhos anteriores da banda – EP5 (2015), Pensar Faz Emagrecer (2016), Quebra Nuvens (2018) e Parte Chão (2020) – e algumas amostras do que poderemos esperar do próximo álbum, Denso, cujo lançamento está previsto para o início do próximo ano. E sim, eu sou suspeito, mas fiquei muito curioso com o que para aí vem!
Alinhamento:
- Denso Flor
- Garras Dadas
- Guruta
- Nada/Mar
- Bambaré
- Banho Quente
- Muda
- Omar
- Profunda
- Goya
- Vapor
- Skela
- Torre de Babel
- Pivot
Fotografias e texto por Rui Gato