Os anos 90 foram preciosos para a História da Música e do Rock. Nos Estados Unidos nasciam as bandas Grunge que, munidas de camisas de flanela ao xadrez, ténis All Star e calças rasgadas, cantavam com peso e insatisfação. Em alternativa, numa Inglaterra em mudança político-social, o movimento Britpop, liderado por uma geração hipster, saudosista dos anos 60, orgulhosamente britânica e com vontade de se emancipar culturalmente no mundo.
Em terras de Sua Majestade os Blur tiveram, sem sombra dúvida, um papel importante. Em 1994, morria Kurt Cobain enquanto «Girls & Boys» abraçava a luz do dia. Era o cartão de visita perfeito para o álbum que elevou o status dos Blur a grande banda de Rock.
Parklife é um disco de ideais e paródias à vida inglesa dos anos 90, ao mesmo tempo que colocava a banda no seu auge criativo e de amadurecimento musical. Mais de 50 minutos de música onde de tudo acontece. As linhas do baixo em «Girls & Boys» e «Trouble in the Message Center» apontam uma qualidade invejável. Se a canção «Parklife» se tornou no hino daquela geração pop britânica, «End of the Century» erao manifesto que condensava o seu espírito. Satirizam em «London Life» e ainda enviam uma mensagem para o outro lado do atlântico em «Magic America». Ao terceiro álbum, os Blur aperfeiçoavam as letras, experimentavam nas melodias e limpavam os Brit Awards.
Parklife vendeu dois milhões de cópias e venceu 5 Brit Awards, incluindo o de melhor álbum do ano. «Um grande disco. Conseguiram aquilo a que se propunham: absorver todos os estilos e demonstrar porque é que o rock britânico é tão genial», escreveu a Rolling Stone. «O álbum que melhor definirá esta década», afirmou a Allmusic. Elogios como estes não faltaram. Parklife não é só o disco mais bem sucedido da banda, é também o mais genial de todos. E ninguém lhe dá 20 anos de vida.