Também se faz bom post-punk e darkwave em Portugal, e o disco de estreia dos Decline and Fall é um bom exemplo disso.
Não estamos muito habituados a sonoridades darkwave feitas em Portugal, mas o disco de estreia de Decline and Fall, colectivo de Armando Teixeira (Bizarra Locomotiva, Balla), Hugo Santos (Processo of Guilt) e Ricardo S. Amorim (escritor e letrista) é um excelente exemplo de que boa música mais introspectiva pode sair das mãos de artistas portugueses.
Depois de já terem lançado dois EPs, Gloom e Pulse, chega-nos Scars and Ashes com inspiração no post-punk, darkwave e eletrónica industrial (embora mais ténue), sendo um disco de atmosfera soturna e densa, bem produzido, de sonoridade cheia, acompanhada pela voz de Armando Teixeira.
O single “As All Ends” alia guitarras e eletrónica, é sombrio e claustrofóbico. Um ambiente que se mantém ao longo das nove faixas do disco, sendo algumas mais minimalistas e outras mais complexas, entrando quase em explosão para aliviar um pouco o ambiente denso e de introspecção.
É um álbum soturno, sem dúvida, onde a influência eletrónica está sempre presente e reforça esse ambiente sombrio. Destaque para a excelente guitarra em “Lost Astray” e para os sintetizadores de “Rome” e ao instrumental excelente de “One to Blame”.
Com este álbum, os Decline and Fall são mais uma prova de que em Portugal se faz excelente música, de todos os estilos, até dos menos prováveis de ouvir, mesmo no panorama alternativo nacional.