Porto, seis de Junho. Eram quase dez da noite. Deitado, sobre a minha manta Primavera, estava eu e uma data de gente de quem gosto bastante. Uma dor de cabeça aguda queria tirar-me dali para fora. Mas eu resistia; o Blixa estava aí a vir. Silenciosamente, a banda entra em palco e, sem grande demora, os primeiros acordes do Jardim começaram. A Rita desata a correr lá para a frente, mas eu estava sem forças para a acompanhar. Naquele dia frio de Verão, de olhos postos naquele pedaço de perfeição que saía do palco ATP, presenciei um dos momentos mais felizes e bonitos de que me recordo. Parecia que estava de novo com oito anos e no Portugal dos Pequenitos. O grau de felicidade, embora comparável, era um pouco diferente. Este vinha da Alemanha, de e para gente crescida. Eu, nós, eles, o Jardim.
Canção do dia: The Garden – Einstürzende Neubauten

Excelente escolha