É mais ou menos consensual a ideia de que o Ok Computer é a obra-prima dos Radiohead, e que os discos subsequentes seguiram a pisada exploratória e melancólica desse soberbo terceiro álbum. Os dois primeiros álbuns são assim habitualmente relegados para um estatuto inferior, o de uma pop convencional e aborrecida. No entanto, se esses qualificativos se ajustam de alguma forma à relativa banalidade do 1º álbum Pablo Honey, já não se colam com a mesma facilidade ao segundo disco The Bends. Não estou aqui a negar o registo pop e orelhudo do álbum, estou apenas a afirmar que é um magnífico álbum pop e orelhudo. Bem sei que as suas descendências não honram as suas virtudes, desde os pretensiosos Muse até aos entediantes Keane; mas ouvindo esta canção, não conseguimos deixar de pensar que os filhos de Einstein nunca devem ter percebido patavina da teoria da relatividade.
Canção do Dia: Radiohead – High & Dry

Ricardo Romano
"Um bom disco justifica sempre os meios”- defendeu-se Ricardo Romano, ao ser acusado de ter vendido o rim esquerdo da sua tia entrevada para comprar uma edição rara do Led Zeppelin II - o melhor disco de sempre. O juiz não se convenceu, mandando-o para uma prisão com condições desumanas, onde uma vez foi obrigado a ouvir do princípio ao fim um disco dos Creed. Actualmente em liberdade, cumpre pena de trabalho a favor da comunidade no site Altamont mas a proximidade com boas colecções de discos não augura nada de bom.
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